sábado, 23 de abril de 2011

Se calhar, não calhou .

Se calhar faz-nos mal pensar .
Se calhar há coisas que têm de ser de uma certa maneira . 
Se calhar precisamos de cair e voltar a levantar-nos .
Se calhar andamos sempre a dormir e não percebemos nada de nada .
Se calhar gostamos assim.
Se calhar já não temos nada a perder .
Se calhar precisamos de errar para aprender .
Se calhar esperamos demasiado .
Se calhar complicamos o que não tem nada de complicado .
Se calhar conseguimos perdoar e esquecer .
Se calhar precisamos de sentir .
Se calhar não nos entendem nem conseguimos entender.
Se calhar crescemos um bocadinho com isto .
Se calhar admitimos .
Se calhar olhamos demasiado para trás .
Se calhar fazemos as nossas escolhas .
Se calhar tudo se resolve um dia .
Se calhar ás vezes tens razão .
Se calhar somos diferentes.
Se calhar nada importa .


Lembrava-me de ti? Passei á frente, é porque secalhar calhou .
Entendes isso ou não ? (;

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Segunda-feira .

Não sabia o que a esperava .
Uma estranha certeza invadiu-a de repente. Depois de limpar as lágrimas, sorriu simplesmente . Aquelas palavras fizeram-na acreditar que, independentemente de tudo e todos , ela iria encontrar o seu caminho.  
Ficaria bem, capaz de construir a sua vida para sempre, passo a passo e sem impor um ponto final. Saberia tudo o que é importante , chegaria onde nunca antes tinha chegado . Agora não tinha medo, nada a prenderia ao passado . Chegara a hora de correr riscos, de encontrar as suas respostas, chegara a hora de continuar e lutar . Uma vez mais era ela e mais ninguém .
Nunca mais acordaria a chorar, nunca mais desistiria dos seus sonhos, nunca mais se esconderia de si própria , esses dias tinham acabado .
Como por magia, as sombras desapareceram . Conseguira libertar-se dos seus erros, medos e arrependimentos . Conseguira erguer a cabeça e olhar-se ao espelho depois de tanto tempo. Conseguira voltar a respirar, a sentir, a ser forte .

Agarrou numa mochila, onde colocou pouco mais do que meia duzia de peças de roupa, algum dinheiro, comida e parte de uma fotografia desfocada, já muito velha e meia queimada , que só ela conhecia . Com a sua caneta azul escreveu no primeiro papel que encontrou uma simples carta a dizer que estava bem , nunca tivera muito jeito com as palavras , por isso, disse tudo o que necessitava sem rodeios nem porquês . Colocou a carta sobre o móvel  de madeira velha e trabalhada da entrada .
Foi naquela noite que partiu, sem olhar para trás , sem saber o seu destino . Foi naquela noite que se encontrou e descobriu o seu lugar. Não estava a fugir , na sua mente e no seu coração estaria sempre ali . Este era apenas o passo seguinte, talvez um dia encontrasse o caminho de volta .

Estava na hora de ir.