sábado, 4 de dezembro de 2010

Shuuu...

Fui inundada, de repente, por uma vontade do tamanho do mundo de escrever. Fechei a página do facebook, abri o blog, escrevi qualquer coisa sem sentido que não quis voltar a ler, por isso, apaguei aquelas palavras rapidamente. Quis recomeçar mas não sabia como. Tem sido assim desde manhã, nada saiu como devia...
Tenho muita coisa para fazer mas o tempo, sempre senhor de si, passa por mim a voar. Eu ainda não descobri como é que se faz para pará-lo e o dia já vai longo.
Sinto o frio de Dezembro mesmo cheia de roupa. Ouvi música desde manhã, pouco mais fiz.
Estou meia perdida sabendo perfeitamente onde estou. Ninguém me amarrou mas não consigo sentir-me livre. Estou estranhamente calma, sem energia nem resposta. Hoje não é certamente o dia. Gostava de ter uma razão mas até esse porquê me faz falta. Não quero sussurrar nenhuma palavra, só pensar faz-me percorrer meio mundo.  Respiro sem saber bem como. Com a força que me resta pestanejo lentamente.  Volto ao inicio, agora sei que precisava ter descoberto mais cedo o que fazer. Entrego-me ao sono, cedo ao cansaço...
E mais facil acreditar que tudo já passou, afinal já é um novo dia. Vou finalmente dormir. Para conseguir chegar mais longe, até tocar nos meus sonhos onde tudo é mais fácil, mais meu, seguro, irrealmente melhor. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

nova oportunidade? (:

Não levaram muito tempo a expor os seus trunfos, como num jogo de cartas, mas depressa descobriram que nenhum tinha a jogada perfeita…
O passado, ainda que invocado, encorajado, convidado não poderia dar-lhes mais do que já tinha dado. Nesse momento olhavam um para o outro como se tudo representasse uma oportunidade perdida e as suas mentes juntas em sintonia como o som e o silêncio, decidiram que o futuro começaria agora.
Á primeira vista e ao fim de contas, pouco mais havia que uma dúzia de pequenas coisas que tinham vivido juntos, coisas essas que eram apenas sementes de qualquer coisa, uma coisa perdida no tempo e que se afiguravam demasiado interessantes para serem desperdiçadas.
Restava-lhes agora enfrentar uma segunda ou terceira oportunidade de inventar, jogar ao faz de conta, salvar a situação mergulhando num esforço continuo de especulações. Tiveram desde sempre ânsia por algo explosivo, como aquilo que consideravam mais profundo, inexplicável, que mudasse as suas vidas, algo prestes a acontecer.
Havia tanto por dizer, tanto por descobrir, …
Talvez destruísse a sua vida, talvez o aniquilasse, por outro lado, talvez se limitasse a abanar o mundo e deixa-lo as mãos do destino aberto ás consequencias, quaisquer que elas fossem. Conseguia ver a consciencia a impor-se, como se a leveza cedesse lugar á gravidade, ali ele teve certeza que ela "sabia"!
- Tens medo?
- já não sei nada, só te peço que não me abandones agora.
-Tens medo?
-Parece-te que sou lunático é?
-Não, eu acredito em ti.
-Vais ficar a assistir comigo?
Hesitou e pela terceira vez perguntou…
-Tens medo?
-Não sei, se ficares a assistir comigo podes ajudar-me neste caminho e dizer-me o que te parece. Ficas?
-SIM, ficarei a assistir contigo!
Estavam, agora, os dois, juntos á deriva. O facto de ela saber deixava-o confortavel.
Mas foi a  invulgar sorte de ter tropeçado no mesmo outra vez que o tornou indiferente a quaisquer outras questões, o futuro deixava antever o que isto ajudou a preservar mas se alguém “soubesse”… talvez ele se deparasse com o riso de um mundo insensível e cruel. Mas, é a vida!
-Sou eu a única pessoa que sabe?
- A única em todo o mundo.



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

É porque tem de ser.

Finalmente conseguiste, chegaste lá, pensavas que a luta tinha terminado, que tudo ia  começar a correr bem, o sol ia brilhar, as cinzas eram parte do passado e que era tempo de aproveitar a vitória.
Um segundo, apenas um segundo e tudo se desmorona.
Mil, seissentos e vinte dias que de nada valeram, nunca mais as coisas vão voltar atás, nada vai voltar a ser o mesmo e o pior é que descobriste que foste incapaz de aprender alguma coisa com tudo isto.
Lutaste, ergueste-te e caíste. 
A desilusão encheu a tua cabeça, os pesadelos não te deixam mais dormir, até que chegou ao ponto em que  perdeste a noção do que é real. Não sabes no que te tornaste e no fim acabas sempre a sentires-te sozinho, derrotado, desiludido.
A tua vontade é deixar tudo para trás.
Talvez começar de novo mas se assim for,  bem longe de tudo o que já  foi teu, recompores- te ou pelo menos arranjar maneira de esquecer as memorias daqueles dias.
Olhas para trás e apercebes-te que não tens forças para esquecer, não consegues seguir em frente. Reconheces todos os sonhos que ficaram para trás, os planos frustrados, as mentiras que tomavas como certas, aqueles que mesmo sem querer acabaste por perder.
Não sabes porquê tu, porquê contigo apenas sabes que tens o direito de os considerar o caminho para o agora, o teu agora.
Apenas é porque tem de ser.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Montanha russa

Bem que já passou um bom bocado desde que esta interminável viagem de montanha russa começou.
Como em tudo, há sempre partes boas e más, umas menos memoráveis e as que são absolutamente fantásticas! Hoje, eu aprendi um truque, apercebi-me que o melhor é manter os olhos bem abertos aproveitar cada milesima de segundo, soltar o grito que prendemos cá dentro e ser livres. Sim, porque aquelas subidas lentas e misteriosas são o caminho para alcançar a melhor parte, chegar mesmo ao ponto mais alto e ver tantas coisas que nos rodeiam, mas também são elas e que nos dão força para conseguirmos ultrapassar os loppings, que nos viram o mundo ao contrário e nos acordam quando precisamos. Quando andamos para trás vemos as outras prespectivas e a sensação por muito que queiras nunca é a mesma. Podes escolher ficar bem agarrado, quase petrificado com o medo, erguer os braços para o alto e sentir o movimento ou partilhar esta viagem de mão dada com aqueles que ficam sempre ao teu lado.
Uma coisa é certa, pagaste o bilhete e entraste agora, já só sais no final (: 




sábado, 23 de outubro de 2010

.

É tão difícil quando queremos fazer tudo bem, tentamos e voltamos a tentar, damos voltas à cabeça à procura da resposta e não encontramos uma única palavra que nos pareça certa. Queremos dar um passo e não conseguimos sair do lugar, batalhamos a cada segundo até nos sentirmos esgotados, completamente vazios, desapontados, derrotados e só conseguimos ficar cada vez mais longe da solução. Caímos num circulo vicioso e ninguém estende a mão para ajudar porque, por algum motivo, ninguém  nos entende .   

Há dias assim... o melhor é mesmo ficar na cama, debaixo dos cobertores fechar os olhos e tentar dormir.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cinzento?


Se alguma coisa mudou de repente ela não percebeu, tudo permanecia igual, tão igual mas no fundo tão diferente. Igual ao que não queria, tão longe do que desejava chamar seu, tão longe de daquilo que amava, sozinha sem razão.
Já se tinham passado pelo menos dois meses, cansada e completamente saturada dos seus próprios pensamentos não conseguia assumir o controlo.  Todas as coisas que fazia eram contra si, tudo era escuro, irremediável, problemas e feridas sem meio de acabarem.  Ela já não conseguia sentir o vento a bater na cara, a chuva a molhar cada centímetro do seu corpo, não tinha um abrigo, não tinha um casaco, ela não tinha a sua vida, naquele momento apercebeu-se de que não tinha nada. Sentou-se num banco de onde conseguia avistar quase toda a cidade que conhecia desde pequena, ligou a música bem alto para não pensar,  tentou desligar-se de todo aquele sofrimento mas as lágrimas encheram os seu olhos, ela limpou-as como pode mas mesmo sem ela querer, insistiram e começaram a percorrer o seu rosto.   
Agora não era mais uma criança e o que o mundo lhe oferecia eram só coisas más. Julgava ter encontrado um beco sem saída e já nem ela sabia distinguir se temia o fim ou se o desejava.  Naquele banco de jardim reviveu todos os momentos da sua vida,  procurou o porquê e não o encontrou,  a música continuava, as luzes da cidade permaneciam acesas,  e ela chorava.
Não podia ser verdade, não devia nem tão pouco era justo.
Sem dar pelas horas passar, absorvida naquele momento não reparou que era observada.  A música parou naquele instante, sem razão aparente, alguém se sentou e uma paz invadiu a sua alma e todo o seu ser. Sentiu que podia confiar e que talvez a sua vida não estivesse num beco, apenas fosse um grande cruzamento.
Ela precisava de um abraço, um ombro onde pudesse pousar a sua cabeça e teve-o sem precisar pedir. Não conhecia aquele rosto mas sabia que qualquer coisa finalmente batia certo, naquele momento,  a sua fragilidade eminente levou-a a dizer entre soluços: " Obrigado".  
O silêncio fez-se sentir. Mas a resposta foi tudo o que ela queria ouvir: "Eu não sei porque estou aqui, eu vi-te e sem uma palavra soube de ti, quis ficar e não vou deixar que percas desta vez. Eu estou aqui, não tenho horas e já não encontro nada mais importante.". Ele limpou-lhe as lágrimas e os olhos dela,  ainda inchados deram-lhe a conhecer uma nova realidade. Sentiu uma coisa tão nova e não conseguia encontrar nada capaz de exprimir aquilo.  Acreditava que o destino lhe dera finalmente uma das peças-chave da sua vida e como ele tinha prometido, esperaram juntos pela manhã.
O resto do mundo parecia afastado, todos continuavam presos à rotina do dia-a-dia, a serem consumidos diariamente pelo frenesim da vida prestes a alcançar o ponto de ruptura.
Eles não! Agora tinham-se um ao outro, alheios ás magoas de ontem tinham conseguido abrir os olhos, quebrar as regras e resolver que o futuro seria muito melhor que o passado. 
Perceberam que toda a gente devia saber que a resposta vem sempre na altura certa.

sábado, 9 de outubro de 2010

Flutuo



Se ao menos conseguissemos aprender com a vida, sem ser preciso repetir mil e quinhentas vezes o mesmo para achar a resposta que estava lá, desde o inicio, tudo seria simplesmente diferente, seria maior e melhor.
Quem sabe se ás vezes não é mesmo a única solução, inegável como a lua voltar a ocupar o céu todas as noites, a Terra continuar a girar, as horas têm de passar e o outono que faz sentir a sua força, que nós lembra que têm de voltar. 
 Mas, antes assim que imóveis e amarrados, á espera do que nunca chega.
Cegos e surdos por não querer perceber que somos frágeis mortais, a caminho do fim, preocupados com os porquês, presos ao que passou, a sofrer cada pedra e cada cova do caminho em vez de voar e viver o que é para nós, o presente.

Não tenhas medo do que é para ti.



"Hoje eu vou fingir que não vou voltar
Despeço-me do que mais quero
Só para não te ouvir dizer que as coisas vão mudar, amanhã..."
 
 

Não escolhas continuar assim

São oito da manhã e o sono fugiu de mim. Secalhar não é bem assim e eu é que já não consigo distinguir se estou a sonhar acordada ou a viver a dormir mas também quem sabe?
Não digas o teu nome, já nem me dou ao trabalho de ouvir. Devias saber e ter-me ajudado, afinal, eras o único que tinha a chave e foste tu quem prometeu ganhar este jogo comigo mas no último segundo do último tempo, eu apostei tudo e perdi porque desististe, o chão caiu e a única coisa que me restou para agarrar foi um ramo, prestes a carimbar o meu passaporte para aquele penhasco sem fim.
Pensei que tinha tudo, tudo que depressa se fez nada. Não sabia o que a vida tinha para me trazer, agora não consigo respirar, virou tudo ao contrário e queres fazer-me sentir vazia.
Não, não conseguiste prender-me num bloco de gelo longe de tudo, abri os meus olhos e todas as barreiras,  tempestades, os pesadeloas desapareceram. Escolhemos este final e não acho que pudesse ser diferente. Foram tantas promessas, tantas palavras, tantos sonhos que agora voltaram a perder-se no universo até que outro alguém volte a acreditar.
É tarde para recomeçar e para tudo voltar, sei que estou bem assim porque longe de ti fico mais perto do que é meu. O meu destino está fora de mim, não sei julgar, refiz-me a mim própria em vez de me desintegrar, afoguei os medos e queimei as culpas. Querias ver-me enlouquecer mas eu sorri, quiseste esperar até eu ir embora então eu decidi e não me arrependo.
Vou gritar e acreditar:  EU ESTOU MELHOR ASSIM! ♥


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Let it rain

Hoje precisei de sentir a chuva, 
caminhar sem nenhuma preocupação, naquele momento foi só sentir cada gota a mostrar-me o que sempre estivera lá. 
EU?
Podia escolher correr, acabar cansada e ensopada ou seguir o meu caminho, independentemente de tudo o resto. 
Absorver os meus próprios pensamentos, distinguir o que é certo do meio certo ou do errado.
Encontar a realidade dura, cruel e bater de frente no que é a vida.